LEITURA AKÁSHICA
Me
vejo em uma praia. Olho o horizonte, o mar a minha esquerda. Percebo a areia
grossa pela qual caminho. Dourada.
O
índio está comigo. Somos um e ouço suas palavras com atenção.
-
Somos como esta areia. Pequenos fragmentos de existência. Podemos parecer
desimportantes, pois, qual a falta faz um grão em meio a tantos? Porém, são estes
tantos, a unidade da experiência da praia em si. Sem cada um destes grãos, esta
programação não existe. E, te digo mais, cada um destes grãos está aqui por
escolha própria, pavimentando a cena na qual tu andas pela praia.
É
assim nossa existência. Os papéis pavimentam as cenas. Cada papel que
escolhemos viver - nós e nossos irmãos - pavimentam toda esta programação
espacial. A estrutura.
Estamos
aqui, não por acaso, porém, por escolha. Às beiras deste novo tempo que se
aproxima.
Não
haverá derramamento de sangue aos que sabem viver. Não haverá sofrimento aos
que percebem ser a cena parte do teatro maior. Somos todos parte das cenas. Não
culpados, nem vítimas. Apenas composição. Apenas partículas de areia na
infinita praia cósmica.
Cada
qual com sua coloração e forma, cada qual com sua dureza e natureza. Mas todos
partículas da mesma estrutura cenográfica.
Caminhando
sobre a areia, não sentimos um ou outro grão separadamente, porém, sabemos que,
sem todos eles, não teríamos um solo sob nossos pés para caminhar. Em unidade,
somos a estrutura.
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