Meditação. Uma palavra conhecida, corriqueira. Um assunto que pode ser simples mas que causa ainda muita confusão.
Algumas pessoas me dizem que acham chato meditar, que não tem paciência, que demora, que não conseguem ficar paradas sem pensar em nada, outras me dizem ainda que não sabem meditar.
A meditação é a principal ferramenta para quem deseja alcançar o autoconhecimento, o equilíbrio, reestabelecer contato com seu próprio ser, com sua alma.
Meditar é condição imprescindível para estreitar nosso canal com a espiritualidade, com a consciência cósmica universal, com Deus.
Não é possível não saber meditar. Meditar é uma capacidade inata de cada ser humano, como respirar, pensar, sentir. Meditar é usar o corpo - que é seu próprio templo apreciando o silencio e ouvindo a sabedoria da alma.
É impossível ensinar alguém a meditar. Cada um de nós precisa achar o caminho para dentro. E isso é pessoal e intransferível.
O que é possível é apontar alguns caminhos.
Não se preocupe quanto tempo irá durar sua meditação. Não se exija. Comece com cinco minutos diários, se possível. Acerte seu despertador e informe este tempo à sua mente consciente: 5 minutos apenas.
Esta satisfação tranquilizará sua mente consciente obsessiva e controladora.
Os budistas chamam a mente humana de monkey mind - mente macaco. Comparam a mente humana a uma floresta cujos pensamentos são macacos, que pulam de um galho ao outro, gritando, brigando, fazendo algazarra.
É errado achar que podemos esvaziar nossa mente. Você não pode lutar contra seus macacos, eles existem. O que você pode fazer é entretê-los. A respiração consciente, por exemplo, entreterá sua monkey mind.
Exercícios de respiração, velas, incensos, musica, visualizações - descubra qual gatilho funciona pra você. Focando sua atenção em algo você estará entretendo seus macacos e diminuindo o ritmo de seus pensamentos.
Não lute contra seus pensamentos, seria inútil. Quanto mais você luta contra seus pensamentos mais se apega à eles. Se você me diz: não pense em uma maçã vermelha, em que estaremos pensando agora?
Isso se aplicará à todos os pensamentos. O que fazer então? Deixe sua maçã vermelha existir, deixe ela se manifestar em sua mente, não se apegue à ela e em breve ela desaparecerá.
Imagine sua mente como um rio que corre. Imagine seus pensamentos como folhas caídas que descem por sua correnteza. Você não conseguiria parar o fluxo de seu rio, mesmo que quisesse, então você observa.
Torne-se o observador de sua própria mente e apenas perceba que seus pensamentos passam por si, seguindo o fluxo do rio, descendo pela correnteza. Você não se apega à eles. Apenas os vê passar. Se por acaso se deixar levar, volte. Apenas isso. Retorne ao lugar do observador.
Faça isso e em breve verá que o fluxo de suas folhas, ainda que não cesse por completo, se espaçará. Conforme isso acontecer, você estará abrindo as portas para sua sabedoria interior e retomará o fluxo do universo.
Entrando em sintonia com a consciência cósmica universal você estará permitindo que a paz, o amor próprio e a criatividade retornem.
Em breve verá sua vida mudar, gradativamente, pois sua mente receberá um sopro de ar puro e velhos pensamentos descerão o rio e não voltarão mais já que você não precisa deles. Uma mente que se abre ao fluxo está abrindo caminho para novas e incríveis possibilidades.
Isso é meditar.
Livia Burity
13/12/2017