Tudo o que acontece, acontece por uma razão. Pessoas
chegam e pessoas se vão. Às vezes estas pessoas demoram com você, outras vezes,
apenas passam como um cometa e, ainda assim, promovem grandes mudanças. Todas
elas tem algo a lhe ensinar, esse é o consenso. E, assim que fazem o que vieram
fazer, se vão. Simples assim. É o curso natural deste rio ao qual chamamos vida.
Nada mais nos resta do que seguir o flow.
Surfar nas próprias ondas. Marolas ou tsunamis. Sem ceder ao apego, que é a
causa de todo o sofrimento. Difícil. Mas foi isso, exatamente, que viemos aprender
aqui.
Sei que este é um assunto um tanto clichê, já visto e
revisto tantas vezes. Mas, o que acontece é que, conforme o tempo passa, a
gente muda e nossa percepção da vida também. O ciclo termina ao mesmo tempo que
(re)começa. E, você vê o filme pela décima vez como se fosse a primeira. E, na
verdade, é mesmo a primeira que você o vê, com seus novos pares de olhos.
O tempo te leva coisas e pessoas, sim, mas te traz também. E o que
vem, vem com outro peso, porque você começa a enxergar as coisas de outra
forma, com maior valor ao que deve ser dado valor e com menos ao que não faz
tanta diferença. Menos apego,culpa, medo, pressa, mimimi.
Segundo as 4 leis espirituais ensinadas na Índia, para tudo pelo que estamos passando agora, há uma razão, um propósito.
A primeira lei diz: a pessoa que vem é a pessoa certa;
a segunda diz: nada do que aconteceu poderia ter acontecido de outra forma;
a terceira diz: toda vez que você iniciar, é o momento certo
e a quarta: quando algo termina, termina;
Como discordar?
Receba quem chega, pois essa pessoa que
chega, chega com um propósito na sua vida. Aprenda.
Aceite o que acontece, sem se
lamentar ou desejar que fosse diferente, pois não é.
Inicie coisas, pois sempre
será o momento certo para isso, inclusive para começar a perdoar, porque não? Reinvente-se. Renove sua alegria, paixão, determinação. Permita-se renascer pois sempre será a hora certa para isso.
E,
finalmente, desapegue. Se algo acabou, deixe ir. Deixando ir você liberta o
outro e se liberta também, abrindo caminho para um novo dia.
Tudo o que acontece em nossas relações está fundamentado
nestas quatro leis. Ao bom entendedor do caminho, uma respiração já basta. Fica claro
como as leis da vida funcionam e você se percebe, cada vez mais, em puro estado
de aceitação.
Para uma pessoa muito jovem, "aceitar"
significa algo muito diferente. Algo ruim. Quando somos jovens, acreditamos
sermos os donos do mundo. Não queremos aceitar nada, queremos mudar.
Conforme vamos amadurecendo, percebemos que a aceitação é
a única verdade. Aceitação significa entender que o universo se apresenta da
forma com que ele se apresenta, independente de nossa vontade, e que, tentar
forçar um acontecimento, além de ruim, é mesmo impossível. E a expectativa é a mãe da frustração.
Tudo acontece como deve acontecer. Tudo está certo. Não
há erros. Aceitar significa observar e respeitar a consciência cósmica.
Observar a sua própria experiência, sem julgamentos, com liberdade e curtindo
ao máximo o que acontece de verdade, de forma inesperada.
Outro dia, li um post no facebook que era mais ou menos
assim: relacionamentos são como sapatos, se você precisa forçar é porque não é
o seu número. Taí. Tudo é que nem sapato mesmo, miga! Não adianta forçar. E
forçando a barra, qualquer barra, você se nega a grande felicidade de viver o
lance verdadeiro. Aquele que te arrebata, que acontece do nada, que cai de paraquedas
no seu colo sem você ter feito nada para merecer. Forçando, estaremos ocupados
demais para perceber a beleza do universo e as possibilidades com as quais ele
lhe brinda. Aceitando, nos abrimos para uma inteligência infinitamente maior do
que a nossa mente ainda tão problemática. E muitíssimo mais generosa também.
Pare de lutar batalhas perdidas e abra as janelas. Conversando com uma querida amiga em um momento de crise (também as tenho) eu comentava como tudo poderia ser diferente. Ela me disse "olha como o tempo está nublado hoje. Poderia estar sol, não é?". Dali em diante, aceito o dia como ele se apresenta e procuro estar atenta para as maravilhosas surpresas que ele pode me trazer. Aceito as marés como elas são ao invés de sofrer com outras possibilidades impossíveis que existem apenas na minha mente insatisfeita. Fazendo isso, me adapto, pois passo a ver as coisas como elas são. E, nesta adaptação, me surpreendo com a beleza de ser livre para poder escolher surfar minhas próprias ondas.
As ondas são como são. A você, cabe aceitar este fato e a
admirar sua beleza, ainda que às vezes sinistra. Se a vida vem em ondas como um
mar, neste movimento, neste fluxo, vamos tentando nos equilibrar e fazer da
próxima onda a onda perfeita. Escolha suas ondas. Possível!